Em cada idioma existem palavras cujos significados nem sempre são de fácil interpretação. Há palavras que ultrapassam fronteiras lingüísticas, palavras que não se definem com letras e conceitos; entre elas a palavra felicidade.
A palavra felicidade provoca diferentes sensações, e a felicidade propriamente dita tem diferentes níveis e conceitos para os indivíduos. Para muitos, está em um local belo, contemplar a natureza é ser feliz. Para outros, no entanto, é está ouvindo determinada música e com uma companhia agradável. Não importa a forma, o que tem relevância é o estado em que cada pessoa se encontra quando invadida por essa sensação agradável.
Não consigo recordar palavra mais difícil de conceituar do que esta doce expressão.
Penso em um conceito que se torne abrangente e me perco nas nuanças dos diferentes significados que estão agregados a ela.
A dinâmica que a atual sociedade impõe muitas vezes nos afasta de alcançar essa sensação aprazível, muitos, todavia se sentem felizes na correria do dia-a-dia, sem querer mudar seu cotidiano preenchendo-o com muitas tarefas e obrigações.
No final de sua vida o escritor alemão Hermann Hesse definiu felicidade como a eterna música do universo, ele resume como: os reflexos do sorriso de Deus; essa eterna música não conhece tempo, história, antes ou depois.
Felicidade não deve estar confinada a conceitos previamente estabelecidos, mas ser definida pela multiplicidade de vivências, e isto está relacionado à capacidade humana de diversificação. A felicidade tem uma plasticidade não encontrada facilmente em outros vocábulos.
Partindo para algo menos teórico, a felicidade não pode ser definida nessas poucas linhas, ou com conjecturas pessoais, em nossa caminhada vamos provar desse estado, mais ou menos vezes que gostaríamos, vamos buscá-la incessantemente sem obter resultado imediato, mas o que importa realmente é a capacidade de buscar sem pensar em desistir de alcançá-la.
Roberto Silva
Café Literário 
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