Archive for the 'Sobre café' Category

22
Out
10

Coffee Geek

A primeira vez que vi o termo “coffee geek” foi no texto Loucos por café, de Janaína Fidalgo, numa reportagem especial que saiu no Estadão na sessão paladar. Ainda penso se o termo cai bem, mas o seu uso define um comportamento tal como esse que nos leva a ter um blog sobre café. É um novo perfil de consumidor da bebida que busca informações sobre origem do grão, técnicas de preparação, drinks, etc. Abaixo, o texto da Janaína, compondo o nosso arquivo de referência para os loucos por café.

 

Loucos por café

Um dia, eles tomaram um café excepcional e ficaram intrigados para descobrir o que havia de especial naquela bebida. Passaram a comprar grãos de melhor qualidade, testar outros métodos de preparo e estudar os processos de plantio e secagem do grão.

Foram fazer cursos de barista, degustação, classificação e torra. Aos poucos, transformam a cozinha de casa em minicafeteria, com moinho, máquina de expresso e torrador. Nenhum deles vive disso. Café, para coffee geek, é hobby. “O geek original é o que faz por prazer, não por negócio. É quase uma devoção”, explica o especialista Ensei Neto.

No Brasil, o movimento é recente, ao contrário de países como Estados Unidos e Japão. “Conforme o mercado amadurece, há mais geeks”, diz Neto.

Gostar de café não torna alguém coffee geek. Seria como comparar um usuário de computador a um nerd que sabe tudo de hardware.

“Há três tipos de coffee geek. O primeiro fuça equipamentos; o outro estuda o grão, além das máquinas; o terceiro foca no grão”, diz Neto, que a pedido do Paladar fez um teste para medir o nível de “coffee geekismo”.

A autoria do termo é reivindicada pelo canadense Mark Prince, que há mais de dez anos criou o CoffeeGeek.com, site com informações sobre café, resenhas de máquinas e uma comunidade com quase 50 mil geeks. “Muitos deles são coffee geeks genuínos”, diz Prince (leia abaixo).

No Brasil. Aqui, esse é um hobby caro. Os grandes moedores, torradores e máquinas de expresso profissionais vêm de fora. Mas isso não limita o prazer da funcionária pública Stella Bahiense, que odiava café até provar um com potencial e decidiu estudar. Fez curso de barista, de degustação, classificação e torra. Arrastou o amigo Márcio Carneiro, ainda mais geek que ela. “Gosto de experimentar métodos de preparo, degustar e testar temperaturas.” Stella deixou de torrar porque, sem querer,”torrou” seu torrador caseiro. “Pus fogo nele. É uma porcaria, mas no início me ajudou a aprender, empiricamente.”

Os “itens de sobrevivência” de Stella foram com ela para o hotel em que está morando, enquanto reforma seu apartamento. A lista inclui um moinho grande, um moedor pequeno, “de viagem”, máquina de expresso, tampers (para compactar o pó, inclusive um sob medida), french press e xícaras da Bodum – “tacinhas de cristal para café”.

“O passo mais avançado do cofee geek é comprar um torrador caseiro. Um cliente queria torrar em casa. Sugeri começar com a pipoqueira, para ver se gostava da brincadeira”, diz Isabela Raposeiras, dona do Coffee Lab. Barista e mestre de torra, ela mostrou como torrar em uma pipoqueira infantil (leia ao lado).

Além de um torrador novo, Stella tem o mesmo sonho de consumo de dez em cada dez coffee geeks: a La Marzocco. “Um dia chego lá. Achei loucura, para alguém que tomava café havia quatro meses, pagar R$ 18 mil por uma máquina dessas.”

O advogado e professor de Direito Rodrigo da Cunha Lima Freire não achou loucura. Foi com um amigo visitar Paul Germscheid, representante da fabricante italiana de máquinas de expresso, e não resistiu à GS3. “Liguei para minha mulher, perguntei se tinha dinheiro na conta. E comprei. Se você pensar demais, não faz. O valor é proporcional ao tanto que me divirto com ela.” O problema é que depois da GS3, o moinho de Freitas ficou desproporcional. Ele não sabia se comprava um automático, um manual ou se mandava fazer uma cozinha maior. Duas semanas depois da entrevista, mandou um e-mail: “Comprei um moinho K30 da Mahlkönig.”

“É uma estrada sem fim, não tem volta. Para o coffee geek, o céu é o limite”, diz Ensei.

Janaína Fidalgo


23
Ago
10

Racespresso

O que tem em comum F1 e café?  Aparentemente nada, mas não para o designer Ilgar Rustamov que fez um projeto de máquina com formato de capacete. Com a estampa do cavalinho galopante, marca característica da escuderia Ferrari de Formula 1, essa maquina é basicamente uma Nespresso, no entanto esse projeto não passa de imaginação do designer, não tendo nenhuma informação sobre a sua possível fabricação. Todavia não deixa de ser mais um toque de criatividade ligado ao hábito do consumo de café. Essa máquina com certeza seria rápida na preparação…

Por Roberto Silva

15
Jun
10

Para que serve a água com gás que acompanha o café?

Talvez esta possa ser uma dúvida ao pedir um café espresso. Aos poucos, as cafeterias que prezam pelos detalhes que tornam o consumo do café mais refinado, servem um pequeno copo de água com gás como acompanhamento. Esta prática ainda é pouco difundida nos estabelecimentos que servem café, de forma que a relação água com gás e beber café não é tão conhecida. É natural, então, um estranhamento – e há quem misture os dois líquidos ou beba a água para “tirar o gosto do café” após bebe-lo. Pois é justamente o contrário. A água com gás deve ser consumida antes do espresso, de modo a tornar as papilas gustativas mais sensíveis – limpando, portanto, fazendo com que apreciemos mais intensamente o sabor do café em seguida!

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Por Sidarta

19
Jan
10

fazer café na moka – vídeo

Aproveitando o grande acesso ao nosso texto sobre a cafeteira italiana, divulgamos no site mais um vídeo de Eliana Relvas, desta vez mostrando como fazer café na moka!

25
Dez
09

arte no café em casa

 

Até quem não gosta de café tem os sentidos aguçados diante da “latte art”, a arte no leite que decora cafés e é grande atrativo nas cafeterias modernas. Publicamos aqui no blog um post sobre coffee art, com um vídeo que circula na internet e mostra algumas das técnicas que podem ilustrar o tradicional cafezinho.

Para fazer este tipo de café, é preciso “cremar” o leite, ou seja, fazer com que sua consistência lembre um creme, ao mesmo tempo homogêneo – para que seja possível decorar – e leve – menos denso que a bebida a ser servida. As máquinas de café espresso em geral possuem um vaporizador que consegue este resultado bem rápido. Mas como vaporizar o leite em casa, caso não se disponha de uma máquina de espresso?

Duas opções me pareceram válidas: a primeira, comprar uma leiteira específica, como a tuttocrema da Bialetti. O produto é bastante interessante, principalmente para quem precisa de uma grande quantidade de espuma de leite num intervalo curto de tempo. A faixa de preço médio ultrapassa os cem reais.

Uma segunda opção muito mais em conta – a que escolhi – é o mixer. Um aparelho à pilha, pequeno e prático que é utilizado para diversos fins na cozinha, inclusive o mais importante para nós: consegue espumar o leite satisfatoriamente! A faixa de preço varia de quinze reais a quarenta, no entanto, os poucos testes que fiz com diferentes marcas me levaram a resultados muito próximos, o que torna os mixers mais baratos uma excelente opção em termos de custo/benefício.

Com duas pilhas AA o aparelho está pronto para ser utilizado. Coloca-se leite integral no fogo – uma pequena quantidade (um copo de leite de 200ml é suficiente para 3 cafés em xícaras grandes) que não deve ferver. Mistura-se o leite com o mixer: para um resultado mais rápido, fazer movimentos em que a haste do mixer não esteja totalmente submersa no leite. Em 3 a 5 minutos é possível obter o creme que deve ser colocado com uma colher sobre o café caso a intenção seja apenas um cappuccino decorado, ou então, derramar a espuma direto sobre a bebida, nesse caso, obtendo um “macchiato” que tem mais leite na mistura.

Com calda de chocolate e um palito de dentes é possível treinar os desenhos que irão decorar e tornar ainda mais interessante o café nosso de cada dia.

 

* em sites como o mercado livre encontramos mixers com o nome “cappuccino maker” ou “cappuccinadores”.

* o café da foto foi preparado com auxílio do mixer, de acordo com a descrição do texto.

Por Sid_Rodrigues

08
Jul
09

Sobre canecas, xícaras e café

colecUm bom amante de café sabe que o prazer da bebida se esconde nos detalhes. De um ponto de vista objetivo, as complexidades que cercam a produção da bebida, os cuidados e procedimentos quase rituais inscritos na trajetória do grão de café ate nossa boca enriquecem o hábito de tomar o “vinho da Arábia”. E assim o conhecimento transforma nossa percepção do que antes era apenas algo trivial, como continua a ser para outras pessoas. De outro lado, se há enólogos, historiadores do vinho, há também baristas, cafeólogos, que nos informam sobre a sofisticação do café, suas curiosidades e sagas. Mas tudo isto é um elogio técnico apenas. É muito provável que o significado pelo gosto do café não venha daí.

De um ponto de vista mais subjetivo, é fácil ver como a pausa para o café se torna um momento agradável, cheio de significados. Com seu poder estimulante, tomado sozinho favorece a introspecção, as memórias, a escrita. Compartilhado entre amigos favorece discussões bem humoradas. Os significados de algo tão cotidiano vão sendo construídos a cada xícara.

Por fim, toda a elaboração desta bebida marcada por lendas, tecnologia e prazer é transmitida ao paladar por algo não menos especial neste contexto de significados: a xícara de café. É comum que escolhamos uma caneca, xícara que pelo uso repetido se torne predileta, representante oficial da “pausa para o café”. E mais uma vez, aqui, recorremos à imagem do familiar, do valor que o hábito instituído naturalmente, cuja imagem está alem do âmbito financeiro.

Daí para colecionar xícaras, eleger as favoritas e separá-las num canto do armário é um passo. A vontade era tanta que por muito tempo fui colecionador de um único item, com a permissão da contradição expressa nesta idéia. De presente, ganhei o segundo passo para me cercar das coisas que gosto. Com a permissão do clichê, “as primeiras canecas de café a gente nunca esquece”. A origem é tudo que buscamos repetidamente em nossos dias. Lembrar do começo, do ponto em que as coisas mudam, ganham significados e se tornam muito importantes.

Assim foi meu início.

Sidarta Rodrigues

Conceitos de canecas legais

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Artigo sobre cafeologia

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25
Jun
09

Como fazer café – coador

04
Maio
09

estimulantes, café e história

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Como fazíamos sem Cafezinho
A humanidade nunca perdeu o sono com a falta de estimulantes

Faz muito tempo que o homem usa substâncias estimulantes socialmente. Os primeiros registros da utilização de chá – a mais antiga delas – datam de 2737 a.C., na Ásia. Ele teria sido descoberto pelo imperador chinês Shen Nung, que quando ia tomar água fervente (um costume à época), acabou bebendo o resultado da infusão de algumas folhas que caíram de uma árvore, a Camellia sinensis, dentro de sua xícara.

Ele sentiu-se revigorado – e, claro, também deve ter achado o sabor bem melhor que o da água quente.

As folhas de coca também podem ser apontadas como um dos primeiros estimulantes. Foram encontrados vestígios delas em múmias egípcias datadas de 1070 a.C. – no entanto, não se sabe se elas eram usadas recreacionalmente ou com fins médicos, como um anestésico.

O café foi, porém, o primeiro produto anunciado e vendido como estimulante. Descoberto na Etiópia por volta de 800 a.C., já na época era considerado perigoso – deixava o povo acordado e disposto a discutir. A bebida chegou à Europa séculos depois impulsionada pelo sucesso do chá. Nos anos 1300, o chá, já bem popular no Oriente, foi “descoberto” pelos portugueses e passou a ser comercializado pelos holandeses.

Duzentos anos mais tarde, o café seguiu o mesmo rumo, saindo da Turquia, onde era bastante consumido.

Antes da fama, ele chegou a ser proibido na Turquia do século 14 e dava cana para quem fosse pego bebendo-o: seis meses de prisão. Na Itália, o povo chegou a pedir ao papa Clemente VIII, em 1615, que declarasse que o cafezinho era a “bebida do demônio”. Mas, uma vez de excomungar a bebida, o papa acabou é virando seu fã – e chegou a abençoá-la.

O conceito de “café da manhã” é uma invenção do século 18. Os antigos europeus acordavam com o nascer do sol e não tinham uma bebida específica para espantar o sono. Antes de conhecerem o café, os mais ricos bebiam leite ordenhado na hora ou vinho quando acordavam. Os pobres encaravam água ou cerveja logo pela manhã – até as crianças.

Artigo originalmente publicado em: Aventuras na história, n. 36, p. 16, ago. 2006.

Autora: Anna Carolina Fagundes

Este texto foi sugerido por Lisandra Santos e inaugura nossa sessao de colaboradores do Cafelittera!



15
Abr
09

Abd-al-Kadir

emirabdelkader

“O Café é o ouro do homem comum e, como o ouro, traz a todo homem o sentimento de luxúria e nobreza. Onde é servido, há graça e esplendor, amizade e alegria. Todas as preocupações desaparecem quando uma xícara de café é levada aos lábios.”

15
Abr
09

14 de abril – dia internacional do café!

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Não poderia faltar para esta bebida tão especial, um dia, internacionalmente reconhecido, para sua celebração. Pode ser a bebida do dia-a-dia, o gostinho de sempre, a receita de família para o preparo. Pode ser aquela bebida requintada, única, de paladar sofisticado, numa receita que ainda não experimentamos. Pode estar em meio à tortas, sorvetes, biscoitos…Onde há café há um pouco da história do mundo, das lendas que nos dão o percurso de um fruto acidentalmente conhecido pelos pastores, através de seu animado (e cafeínado) rebanho, até as milhares de mesas postas todos os dias, com a bebida preparada mais consumida no mundo. O café, é “ouro do comum”, mas é também uma coisa tão simples, capaz de transformar nosso dias.

No dia 22 de maio, comemoraremos uma data de grande importância para a cultura do café no país – O dia Nacional do café, com a cobertura dos principais eventos que ocorrem na ocasião, festivais gastronômicos que contemplam a riqueza cultural e econômica que está bebida produz em nosso país.

*Foto: Sidarta

Por Sidarta Rodrigues




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